Saiba tudo sobre Chimarrão e Tereré

Bem-vindo ao O Chimarreiro, o Espaço da erva mate!

Aqui você irá aprender muito sobre o maravilhoso mundo da erva mate, a erva verde que cresce no sul da América do Sul e é consumida a séculos. Hoje a erva mate é amplamente consumida pelo sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, além de outras regiões do Brasil e do mundo.

Com a erva mate se faz principalmente o chimarrão, bebida quente, e o tereré, bebida gelada, mas temos uma enorme variedade de usos para elas, como chás, gastronômicos e até mesmo cosmético. Iremos lhe ensinar cada detalhe para que você saiba o máximo sobre a erva mate e claro para se tornar um chimarreiro verde de ponta.

Então como diz o gaúcho velho Se aprochega tchê, pegue tua cuia e vamos trovar!

Tópicos:

1. A História, origem da erva-mate.
2. O Gaúcho, detentor da erva-mate.
3. A Erva Mate, a árvore e tipos de erva.
4. O Porongo, multi uso dos primórdios.
5. A Cuia, como escolher.
6. A Bomba, qual usar.
7. O Tereré, como fazer.
8. O Chimarrão, como fazer.
9. Os Benefícios, mais saudável que imagina.
10. Os Cuidados, como preservar cada item.
11. Acessórios, indo além do básico.

 


 

1. A História, origem da erva-mate.

O consumo da erva mate é uma herança indígena, o homem branco aprendeu com as tribos do sul como preparar e tomar o chimarrão e tereré a muitos anos. Existem duas possibilidades de quem iniciou o processo de tomar o mate.

Acreditasse que os Guaranis foram os criadores do modo de preparo do chimarrão e dos utensílios usados para o consumo. As tribos, que eram de regiões do atual oeste do estado do Paraná e do leste do Paraguai, chamavam a erva mate de KAA (ou CAA). Eles acreditavam nas forças místicas da erva, sendo que esta fazia os homens (únicos que podiam tomar na roda) ficarem fortes e preparados para a guerra.

 

(Padres Anchieta e Manoel da Nóbrega catequizando os índios, figura da tela de Benedito Calixto)

Os Jesuitas tem uma relação marcante com a erva mate, sendo eles os enviados para doutrinar e cristianizar os índios, acabaram também se tornando consumidores.

No começo, algumas missões jesuíticas proibiram o consumo por acreditarem que uma "planta" que curava doenças e dava forças ao homem só poderia ser coisa do tinhoso, mas por fim entenderam a botânica e riquezas alimentícias da erva mate. Tanto que começaram a trabalhar em colheitas, produção e comercialização do mate pronto. E junto aos guaranis criaram a relação de consumo como conhecemos.

 

 

Porém, existe uma forte crença que os Charruas, tribo dos pampas, foram os reais desenvolvedores do chimarrão. Os charruas foram índios de sobrevivência e adaptação. Eles começaram com a cultura do gauchismo (cavalgada, churrasco, caça, etc) e eram muito espertos e agressivos.

Tomavam o chimarrão como componente para a dieta e para esquentar nas regiões frias. Sendo nômades e habitando regiões onde a erva crescia com mais facilidades, os charruas usavam o consumo como forma de sobrevivência prioritariamente.

É um marco completamente difícil de precisar 100%. Na história o homem branco nunca conseguia capturar e escravizar os charruas e acabaram contratando várias tribos guaranis como mercenárias para exterminar os charruas, e deu certo, pois não existem mais indígenas charruas nos tempos atuais.

(charruas tomando mate, imagem retirada na internet)

 

 

Somado a tudo isso, fica muito complexo e duvidoso a real origem da erva mate, tendo em vista que os índios do leste da América do Sul (Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Guianas) não tinham formas escritas de registro e eram muito desapegados de bens. De qualquer forma, sabemos que é uma criação indígena e foi usada como forma de complemento nutricional, místico e, principalmente, de recepção.

Recepção essa que ficou famosa pela Roda de Chimarrão! 

 Vídeo A História, origem da erva-mate. 

https://youtu.be/aRNRYuQKR7g


 

2. O Gaúcho, detentor da erva-mate.

A cultura gaúcha é composta pelo Rio Grande do Sul (BR), Uruguai e Argentina. Muitos acham que somente os brasileiros do Rio Grande do Sul são gaúchos, mas na verdade o gauchismo é uma cultura formada pela tríplice aliança desses países. Em todos a erva mate é consumida, mandatoriamente como chimarrão.

(Gaúchos tomando mate, imagem retirada da internet)

A Roda de Chimarrão foi um ensinamento passado pelos índios. Todo índio americano tem um instrumento para ser usado em um momento de reunião. O tabaco que vem do norte, o chá de coca que vem da parte central e o chimarrão/tereré aqui no sul.

Quando um chefe de tribo recebia figuras para um momento de conversa, esse preparava o mate e servia na roda. A ordem a ser servida é sempre da direita para esquerda, do mais importante para o menos importante.

 

 

O dono da casa (ou quem recebe) sempre deve preparar, tomar a primeira cuia e repor a água, isso para mostrar que a água está na temperatura certa, que a erva está adequada e até mesmo para mostrar que não há veneno na cuia.


Seguimos essa tradição até hoje. Por isso é obrigação de quem está recebendo um visitante oferecer um chimarrão/tereré e é educação de quem chega aceitar pelo menos tomar uma cuia.

Junto com a roda, também nasceram os Mandamentos do Chimarrão/Tereré. Para quem é novo no mundo da erva mate parece uma brincadeira, mas é algo sério e deve ser seguido.

Os mandamentos são:

  1. Não peças açúcar no mate;
  2. Não digas que o chimarrão é anti-higiênico;
  3. Não digas que o chimarrão está quente demais ou que o tereré está gelado demais;
  4. Não deixes um mate pela metade;
  5. Não te envergonhes do ronco do fim do mate;
  6. Não mexas na bomba;
  7. Não alteres a ordem em que o mate é servido;
  8. Não durmas com a cuia na mão;
  9. Não condenes o dono da casa por tomar primeiro o mate;
  10. Não digas que o chimarrão faz mal.

A educação e cordialidade da erva mate são uma marca de respeito ao próximo, ensinamentos passados pelos índios que devemos seguir até hoje. A cultura gaúcha é muito conhecida pela sua recepção por justamente ter um instrumento que interpreta esse ato. Tanto que antigamente, o chimarrão era uma forma de código entre as pessoas. Casais que tinham interesse entre eles trocavam a cuia com a mão esquerda, ou quando você não era bem vindo na casa de alguém este não lhe oferecia o mate, e até mesmo a sogra testavam a nora dando uma água fervendo sem avisar para ver se ela ia reclamar e ser sem educação.

Claro que a etiqueta que vem junto com o mate é mais um guia do que uma obrigação, mas é de extrema importância entender a figura do gaúcho com relação a erva mate. Para o gaúcho compartilhar uma cuia é compartilhar momentos, é unir familiares e amigos. O gaúcho sempre que se sabe tomou o chimarrão e traz um orgulho forte nas suas tradições quanto a isso.

(cultura sulista, foto original O Chimarreiro)
 

 

Fica aqui o nosso respeito e agradecimento ao gaúcho por ser o guardião desse hábito. E por oferecer um mate verde e fresco!

 Vídeo O Gaúcho, detentor da erva-mate. 

https://www.youtube.com/watch?v=_p49QPU0MUk&t=49s

 


 

3. A Erva Mate, a árvore e tipos de erva.

Muita gente, mas muita gente, não tem ideia do que é a erva mate na forma bruta. Mesmo pessoas que tomam chimarrão ou tereré a vida toda não sabem reconhecer a árvore de erva mate.

Árvore?

Exato! Mas precisamente a Ilex-Paraguariensis. Essa planta somente cresce de forma correta e abundante nas regiões sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), norte do Uruguai, nordeste da Argentina, leste do Paraguai e até mesmo um pouco no Mato Grosso do Sul.

O botânico francês Auguste de Saint-Hilaire foi o responsável por catalogar, dar etimologia e batizar a árvore. Ele foi um dos primeiros entusiastas a iniciar os estudos mais profundos dos benefícios da erva. Alguns dos seus estudos são referência até hoje, já que o fato de cultivar a Ilex-Paraguariensis é notório e complexo.

(árvore de erva mate, foto original O Chimarreiro)
   

Para se ter uma ideia, a árvore somente cresce adequadamente se:

  • a região for muito fresca ou fria;
  • estiver humidade sempre positiva;
  • estiver em um solo vermelho arenoso;
  • sem pedras e pedregulhos abaixo do solo;
  • com um solo mais profundo que o próprio tamanho da árvore.

A Ilex-Paraguariensis tem a árvore macho e a árvore fêmea. A fêmea produz uma semente envolta de uma camada bem vermelha, muito dura e não comestível para o homem. Quando essa semente é plantada ela incuba por cerca de seis meses até dar o primeiro sinal de pé.

(Semente de erva mate, imagem retirada da internet)

O pé demora cerca de um ano e meio a dois para passar para o estágio de muda. E a muda demora de quatro a seis anos para passar para o estágio de árvore. Quando a árvore tem entre sete ou oito anos (e nessa fase ela terá entre 1,50 metros a 2 metros) podemos fazer a primeira poda. Depois disso a poda é feita a cada um ano e meio a dois anos e meio. A árvore pode chegar até 25 metros de altura e continuar crescendo até os 90 ou 100 anos.

   

Neste ponto é interessante explicar uma confusão comum das pessoas. A erva-mate é um chá na teoria, o chimarrão lembra um chá verde, o tereré lembra um chá gelado e também temos o chá mate, precisamos de um líquido para conseguir consumir a erva e água quente faz a infusão da erva. Contudo, na prática ela não é um chá por assim dizer pois a proposta do chá é ser consumido em menor quantidade e mais rapidamente.

O processo de produção dos derivados da erva mate é o mesmo, somente mudamos algumas etapas e conseguimos manipular o resultado final com controles individuais em cada etapa. Vamos entender exatamente como funciona isso:
 

1º Etapa: colheita.
Podamos o galho da erva mate para fazer qualquer um dos derivados, não retirando somente as folhas.

2º Etapa: sapeco.
Sapecamos os galhos sobre o fogo durante algum tempo. Sapecar é ficar passando sobre ou rodando sobre chamas e brasas. Nessa etapa começamos a secar a erva.

3º Etapa para Chá Mate: forno.
Para fazer o chá mate, a erva é toda colocada dentro de um forno fechado e não muito quente. Isso resseca as folhas, deixando as com aquela cor alaranjada e escura.

3º Etapa: secagem.
Aqui colocamos galhos e folhas sobre brasas quentes de forma que o calor passe por eles continuamente. Atualmente é feito em fornos com saída de calor ou até mesmo grelhas gigantes.

4º Etapa: moagem ou cancheamento.
Aqui trituramos folhas e galhos até ficarem bem picadas. Nessa etapa fica pronto o Tereré, mas é necessário que a quantidade de galhos e folhas seja equilibrada (mais ou menos 50% de cada um).

5º Etapa: pilagem ou soque.
Aqui colocamos tudo para ser socado em um pilão. Quanto mais tempo ficar no pilão, mais fina tende ser a erva. O resultado final é o chimarrão.

Cada etapa é única e quem produz pode dar o toque que quiser, fazendo que o processo seja mais longo ou mais curto. Temos quatro curiosidades sobre o processo de produção que são bem legais de saber:

  • o processo de produção até chegar no chimarrão é o mesmo que os índios faziam;
  • de modo genérico, quanto mais tempo produzindo menos amarga a bebida será e quanto menos tempo produzindo mais amarga será;
  • hoje temos quatro tipos de plantações: nativa (que cresce sem toque humano), erval (plantação feita pelo homem), nativa recriada (onde o homem recria uma floresta e deixa a árvore crescer naturalmente) e plantação orgânica.
  • o chá mate e o tereré normalmente ficam com o mesmo teor de amargor, independente de quem produz, já o chimarrão é nivelado.

Agora vem a dúvida de todos os leigos do mundo da erva mate: mas qual é o mate bom?
Para responder essa pergunta é necessário saber qual é a sua relação com o sabor amargo. Se você já é acostumado com cerveja e café sem açúcar, provavelmente vai gostar do mais amargo. Caso não, seja é ideal começar por algo mais leve.

O nivelamento do amargor vai conforme o tipo da erva e da forma de produzir, ficando assim:

  • Chá Mate, quase nada amargo e bem leve;
  • Tereré, por ser tomado frio você não sente aquele amargor forte e acaba por tomar em maiores quantidades, o tereré pode ter sabores compostos junto com a erva como limão, abacaxi e menta;
  • Chimarrão Composto, é a erva mate com algum sabor adicional, podendo ser outros chás ou folhas e frutas, é bem pouco amargo;
  • Chimarrão Tradicional, é o clássico e mais consumido, é o amargo característico da erva mate;
  • Chimarrão Premium, é feito com mais cuidado e maior qualidade de folhas, nem muito nem pouco amargo ;
  • Chimarrão Moída Grossa, é a erva feita por menos tempo e com mais espessura, o amargor já fica mais marcante;
  • Chimarrão Nativo, é a erva feita com plantações nativas sem toque humano sendo naturalmente fortes em sabor e com moagem mais grossa, o amargor é mais forte e prolongado;
  • Chimarrão Pura Folha, é a erva feita com uma composição de 90% folhas e poucos galhos, é muito amargo e forte, mas perde sabor rapidamente.
  • Chimarrão Defumado, é a erva bem grossa e quase in natura, é muito amargo nas primeiras puxadas, mas perde sabor facilmente.
  • Chimarrão Estilo Argentino, é a erva mais grossa, com mais talos e envelhecido, o sabor é bem marcante e com gosto amargo puxado.
  • Chimarrão Estilo Uruguaio, é igual ao argentino porém, o amargor fica muito mais concentrado e com mais folhas na composição, atualmente é o último grau de amargor para a erva mate.

Até que posso fazer indicações de que tipo de moagem um iniciante pode começar, porém temos que ressaltar que erva mate é gosto, cada um tem o seu. Não a melhor erva, ou moagem, ou marca, você precisa consumir o que gosta e experimentar o que quiser.

E assim como a erva, a tua cuia de Porongo também é teu gosto.

(Chimarrão pronto, foto original O Chimarreiro)

   

 

 Vídeo A Erva Mate, a árvore e tipos de erva. 

https://www.youtube.com/watch?v=RA0hPwEzM6U&t=2s

 


 

4. O Porongo, multi uso dos primórdios.

 

 

Também conhecido pelo nome mais popular de cabaça, o Porongo é uma flor trepadeira que cresce em todos os cantos do mundo. Estudos botânicos apontam que a origem é centro africana, mas que ele cresce facilmente em qualquer local do mundo desde que seja de temperatura quente para muito quente.

A chegada no Brasil ainda é uma incógnita, já que os primeiros africanos chegaram somente depois de 1500 e os índios aqui já usavam o porongo muito tempo antes. Uma das teorias diz que provavelmente os frutos secos atravessaram o Atlântico flutuando e acabaram por aqui crescer.

(Pé de porongo, imagem retirada da internet)  

Existe um certo debate sobre a origem do nome da fruta. A palavra Cabaça vem do árabe (karra bassasa) e é destinada a uma planta frutífera dos gêneros lagenaria e cucurbita, que são abóboras comestíveis ou dágua. Porém, em tupi-guarani o termo usado era cuia (algo relativo a copo ou recipiente para beber) e a palavra porongo vem do vocabulário quíchua que era referente para recipientes de barro. E tudo ficou mais complicado quando os escravos africanos definiram que cabaça seria somente a parte de baixo do fruto, fazendo referência a uma tigela oca.

Cada local do Brasil, e provavelmente do mundo, terá uma definição para o fruto. Mas no mundo da erva mate, o porongo é a principal matéria prima e a mais popular para se fazer a cuia.

Uma vez que a planta começa a crescer, nasce esse fruto de forma bem única e chamativa. Cada variação de planta, local e temperatura nos fornece um tipo de porongo.

 

(Porongo seco, imagem retirada da internet)

Quando olhamos no pé lembra muito um chuchu bem grande ou uma abóbora sem forma. Uma vez que colhemos, deixamos secar e isso faz com que aconteça o madeiramento ou solidificação do fruto. Isto deixa ele duro e oco por dentro.
O consumo do fruto vai muito de cada local e do tipo de Porongo, assim como o para que usamos. No Brasil tivemos uma aula de multi uso com os indígenas, pois usamos o porongo para fazer a cuia do mate, ou uma tigela, ou cantil, ou pá, brinquedo, boia, prato, artesanato, e por aí vai.

 

Fatos importantes sobre o Porongo:
- por ser um objeto orgânico, ele tempo de vida útil;
- não existem dois porongos iguais, cada um é único;
- em uma plantação podemos colher os chamados porongos selecionados, serão aqueles mais duradouros e firmes;
- o porongo respira e capta umidade do ar.

 

O porongo forma um casamento perfeito com a erva. Por isso escolher a tua cuia é um passo muito importante.

 Vídeo O Porongo, multi uso dos primórdios 

https://www.youtube.com/watch?v=pZxdc7uhE_A&t=2s  

 


 

5. A Cuia, como escolher.

Agora que você já sabe qual é a origem da cuia e entende que ela é feita a partir de um trabalho manual e artesanal, vai precisar escolher uma cuia. Se já for um consumidor da erva mate provavelmente já tem um gosto particular e formato que gosta. Se está começando agora precisa entender algo, não é você que escolhe a cuia, é a cuia que escolhe você.

Exatamente isso!  Tudo no mundo da erva mate começa com a escolha da cuia, mas a tua primeira é cuia que escolhe você. Deixe-a te chamar a atenção, não se prenda em formato, tamanho, tempo de uso, preço ou acabamento. É um gosto particular de cada um.

  (Cuia de porongo, foto original O Chimarreiro)

 

Posso lhe ajudar dando algumas visões gerais sobre as cuias. Primeiramente, quais são os tipos:

- Cuia de Porongo
É a cuia clássica, que deixa o sabor do mate mais gostoso por guardar a informação conforme o tempo uso. O casamento do orgânico do porongo com o mate quente parece que é perfeito. Os tipos mais comuns de cuia são: tradicionais, bago de touro, coquinho, gajeta, torpedo, guampo, estilo argentino e estilo uruguaio. Acabamentos podem ser de vários tipos.

- Cuia de Porcelana
Cuia feita em tempos passados para a chamada alta classe, sendo mais trabalhada nas formas e desenhos. É uma ótima cuia para lembrar a temperatura da água pelo toque e sentir somente o sabor da erva mate.

- Cuia de Vidro
Igual a de porcelana, porém mais moderna e feita em alta temperatura para resistir mais.

- Cuia de Madeira
São cuias torneadas em algum tipo de toco. São bonitas e demoram muito tempo para desgastar. É possível dizer que fica em nível intermediário entre o porongo e a porcelana.

- Chifre ou Guampo
Algo muito clássico para quem é do campo ou campanha (como o gaúcho diz). O correto é dizer Copo Guampo, pois é mais voltado para o consumo do tereré. Muito popular no Paraguai e para regiões onde o porongo é mais difícil de crescer.

- Cuia de Metal
Já foi muito comum usar o ferro como material principal, mas hoje usamos o Inox prioritariamente. Por ter baixo custo, acabou sendo popular para pessoas mais simples. Curiosamente, também foi usado em locais onde o porongo não cresce. Sua utilização acaba sendo igual uma cuia de porcelana, contudo há um desgaste conforme o tempo de uso.

- Bambu

Muito usado pelos índios, hoje somente usamos para o tereré, pois o calor acaba quebrando o bambu. É raro ver um bambu cortado em forma de cuia hoje em dia, usamos somente o formato de copo.

Também existe uma nova tendência das cuias de silicone, algo novo no mercado moderno do mundo da erva mate.

Independe da matéria prima, formato ou origem, escolha a que lhe agrada e não fique preso a certeza de terceiros. Aqui você vai escolher uma companheira por um longo período de tempo

Uma curiosidade: cuias de materiais orgânicos obviamente tem tempo de vida útil. 

No caso do chifre é imprevisível, e no da madeira vai muito da espécie da árvore. Já o porongo, por ser esponjoso e absorver a água, pode durar de 6 meses até 200 anos. O segredo é observar a grossura da parede da cuia. Quanto mais grosso, menos tempo tende a durar.

Algumas perguntas comuns dos iniciantes:

- Qual é a cuia boa para o tereré?
A resposta é: qualquer uma, e na verdade o recipiente também é qualquer um. Pode ser um simples copo de vidro ou a cuia mais pomposa que você quiser.

(Conjunto de cuias antigas, imagem retirada da internet)  

 

- Posso usar a mesma cuia todo o dia?
Sim, mas não é bom. O ideal é ter pelo menos 4 cuias de porongo e 1 cuia de porcelana e assim fazer o rodízio entre elas, uma para cada dia de uso. Isso garante que o porongo seque corretamente e faz aumentar o tempo de vida dele. 

- Quando sei que minha cuia já não serve mais para fazer mate?

Ela vai rachar por dentro indicando que já teve sua utilidade atingida. Não há necessidade de jogar fora, cuias usadas são ótimos adornos.

- Como sei quanta erva mate cabe em cada cuia?
É muito relativo. Uma cuia grande por fora, pode ser pequena por dentro e uma pequena por fora, grande por dentro. Conforme o teu gosto pelo modelo de cuia for se aprimorando, mais intuitivo será para você saber a capacidade da cuia. E também podemos dizer que o modo de preparo do chimarrão influencia mais na quantidade de erva do que o tamanho da cuia.

  (Copo de Bambu, foto original O Chimarreiro)

Maravilha. Escolhi a minha cuia, e agora?
Agora vamos curar ela!

Curar, ou curtir a cuia, é o ato de preparar a cuia para receber a erva mate e tirar o gosto de orgânico do porongo. A cura é feita somente para a cuia de porongo, já que outros materiais não tem essa necessidade. Para fazer a cura, vamos seguir seguintes passos:

1 - jogue água MORNA na cuia, nada de água fervendo, afinal é o primeiro contato da cuia com a temperatura;
2 - balance a cuia com a água e jogue a água fora;
3 - coloque erva mate até mais da metade da cuia (algo como 60% da capacidade), a erva pode ser nova ou até mesmo usada;
4 - coloque a água morna novamente;
5 - misture bem tudo até fazer uma papa bem grossa;
6 - deixe a cuia parada entre 12 e 18 horas (vai do tamanho).
7 - jogue fora a erva e lave a cuia com água.

  (Curando cuias, foto original O Chimarreiro)

 

 Vídeo Curando a Cuia 

https://www.youtube.com/channel/UCrGRF63CIXwBnnwdMZBciAw

Está pronta para uso!

Uma dúvida comum é se todas as cuias precisam de cura, e a resposta é sim! Algumas cuias tem paredes bem finas e não tem gosto de porongo, porém a cura acaba que também sendo um processo de higienização da cuia. Nunca deixe de curar a tua cuia.

Existem algumas lendas urbanas para curar a cuia como: colocar chás, colocar somente água, deixar dias parada com erva e até mesmo colocar fogo! Nada disto é verdade. Tenha em mente que você está preparando a cuia para receber erva mate, logo o primeiro contato precisa ser com a erva. Outro detalhe, a cuia vai mofar com o tempo, é normal e não precisa se preocupar, ela vai ficando escura conforme o uso.

Agora que já sabe o que precisa saber sobre as cuias, precisa saber como escolher a Bomba.

 Vídeo A Cuia, como escolher. 

https://www.youtube.com/channel/UCrGRF63CIXwBnnwdMZBciAw

 


 

6. A Bomba, qual usar.

A Bomba para tomar o mate é tão antiga quanto o próprio hábito de tomar o mate. É absolutamente complicado tentar descobrir como e quando os índios desenvolveram o conceito de usar uma bomba para sugar a água quente ou gelada, talvez tenha sido a ideia precursora do canudo como conhecemos. O que sabemos é do que era feita essa bomba.

O bambu foi o primeiro material utilizado para fazer a bomba de mate. Também chamado de taquara ou tacuapi, essa bomba era uma haste que poderia ter furos ou tranças na ponta, fazendo uma filtragem básica.
 

Hoje em dia é completamente raro achar uma bomba dessas, podendo ser considerada uma relíquia.

(Bomba indígena antiga, imagem retirada da internet)  

Com o passar do tempo, o metal passou a ser usado como material principal da bomba, e como metal era um material de valor conforme sua qualidade, quem tinha dinheiro tinha bombas de mais alta qualidade. Existiam bombas de latão, cobre, ferro, prata e ouro, mas existia e existe um modelo usado até hoje chamado alpaca. A alpaca é a fusão de três metais: cobre, níquel e zinco, criando um novo um material mais resistente que os inferiores só que com a mesma qualidade dos metais nobres. A alpaca ainda é popular no Uruguai e na Argentina e trás um certo aspecto tradicionalista gaúcho para o teu chimarrão ou tereré.

O tempo passa, os estudos acontecem e o resultado é gerado, digo isto, pois notamos que os metais desgastam com o tempo e acabamos que por consumir esse desgaste. E é por isso que hoje usamos o INOX (aço inoxidável) como principal material para a bomba. O inox não perde qualidade, não desgasta e é muito mais higiênico que qualquer outro material.
  (Bomba de Inox simples, foto original O Chimarreiro)

Agora que já sabe um pouco da história da bomba, precisa escolher uma. Temos 4 passos a seguir, são eles:

1 - Material

A proposta do Chimarreiro é sempre oferecer qualidade com segurança, por isso recomendo sempre usar o Inox, mas se quiser ter uma bomba de alpaca, prata ou ouro para uso eventual não tem problema.

2 - O tamanho da bomba para o tamanho da cuia
Para não tomar aquele mate com o nariz colado na cuia ou com a cuia lá no chão e a cabeça no teto, procure sempre medir pelo menos de 4 a 6 centímetros entre o bocal da cuia e bocal da bomba. O tamanho da bomba em si vai conforme a profundidade da cuia. Por exemplo: uma cuia com 15cm de altura e 12cm de profundidade, podemos usar uma bomba de 21cm (12cm + 6cm + 3cm de altura da cuia). 

  (Imagem ilustrativa)

 

3 - Bomba com ou sem bocal fundido
Algumas bombas vêm com um segundo bocal fundido na parte de sucção. Este bocal tem duas finalidades: sugar melhor a água e evitar que você se queime com possível água muito quente. É opcional ter ou não, algumas pessoas gostam outras não, vai de cada um.

(Bomba de Inox, foto original Bortonaggio Inox)  

4 - A Rosca
A parte debaixo da bomba, que fica dentro da cuia, é chamada de bojo. Temos 3 modelos de bojo atualmente:

- bojo de colher, modelo mais tradicional e comum;

  (Bomba de Inox, foto original Bortonaggio Inox )

 

- bojo de mola, modelo clássico de antigamente, porém hoje é usado somente para ervas grossas e com bastante talos.

  (Bomba de Inox, foto original Bortonaggio Inox )

Algumas bombas têm a parte do bojo rosqueáveis, por isso chamamos de bombas com rosca. Retirar essa parte ajuda a higienizar e desentupir melhor. Assim como o bocal, é gosto de cada um.

Com essas informações dadas, agora é só escolher o modelo que mais gosta. Pode ser com aplique, lisa, com pedra, com ouro, etc. Seja livre para escolher.

Também temos o filtro, popularmente conhecido como camisinha de bomba.
Este serve para evitar que a bomba fique entupindo constantemente e é um bom acessório para quem está começando a tomar chimarrão/tereré, evitando de sugar um pouco da borra do mate que tem um sabor peculiar. 

(Filtro de bomba, foto original Bertonaggio Inox)  

Uma última informação.
A bomba de tereré pode ser qualquer modelo (igual como a cuia), não importa o bojo. O tereré é tão fácil de ser sugado que ele tem um modelo próprio de bomba de filtragem simples, podendo ser de inox ou bambu.

Maravilha de aula está tendo, não é mesmo! Agora que sabe qual erva escolher, qual cuia chama mais atenção e qual a bomba usar, vamos a prática.

Como diz o gaúcho velho Mazá, te mexe pra preparar esse mate tchê!

 Vídeo A Bomba, qual usar. 

https://www.youtube.com/channel/UCrGRF63CIXwBnnwdMZBciAw

 


 

7. O Tereré, como fazer.

Preparar um tereré é muito fácil e simples. Vamos seguir os seguintes passos:

1 - Pegue a cuia ou recipiente a tua escolha e a bomba;
2 - Coloque erva mate de tereré até a metade da cuia ou recipiente;
3 - Coloque o líquido gelado, pode ser água, suco natural ou até mesmo algo para fazer um drink;
4 - Coloque a bomba até chegar no fundo da cuia ou recipiente e beba.

 

 Vídeo COMO PREPARA UM TERERPE #1: TERERÉ TRADICIONAL 

https://www.youtube.com/watch?v=mM1Pxgzffa4&t=12s

O tereré é o irmão paz e amor do chimarrão, ele só que estar numa roda e ser consumido. Você pode tomar com sucos cítricos (acho o de limão o mais gostoso), pode tomar com outros sabores de fruta, pode colocar folhas de chás, e até mesmo preparar um coquetel.

O Chimarreiro criou uma fórmula para tomar naquele calor de carnaval do país tropical, saca só como é.

Faça os seguintes passos:
1 - Pegue a cuia de porcelana ou copo inox e a bomba de bojo de mola;
2 - Coloque erva mate de tereré natural até a metade da cuia ou copo;
3 - Coloque duas folhas de menta e duas folhas de hortelã;
4 - Coloque ¼ de suco de limão;
5 - Coloque catuaba bem gelada;
6 - Coloque a bomba até chegar no fundo da cuia ou copo e beba (com calma, por favor).

Você vai perceber que o tereré é bem refrescante e tomamos mais rápido e em maior quantidade que o chimarrão.

Algumas dúvidas comuns aos leigos.

- Como sei que acabou o tereré?

Você vai se servir até a erva lavar, ou seja, até perder o gosto.

- Posso guardar o tereré feito para tomar no dia seguinte?

Não! NUNCA guarde a erva usada para tomar no dia seguinte ou muito mais tarde no mesmo dia. Uma vez que você não quiser mais, jogue fora e lave a cuia/recipiente logo em seguida.

- Qual a temperatura da água?

O ideal é tomar o tereré com o líquido frio, se estiver muito gelado você não vai sentir bem o sabor da erva.

- Mas o correto é tererÉ ou tererÊ?

Essa discussão vai longe, tem gente que defende cada jeito de falar. Até onde se sabe tereré na verdade é uma palavra de origem hispana e acabou sendo amplamente usada pelos índios daqui que não conseguiam falar o tom é e trocavam pelo tom ê. Na verdade, não há um modo correto de dizer, até mesmo mate gelado pode ser usado.

Agora que já sabe fazer o gelado, vamos pro quente, pois é do quente que a gente gosta.

 


 

8. O Chimarrão, como fazer.

Chegamos no momento de preparar a bebida mais conhecida da erva mate, o Chimarrão. O chimarrão tem uma história, digamos que, mais particular, a própria origem da palavra chimarrão ainda não pode ser 100%, confirmada.

E assim como o nome, a forma de preparar o chimarrão também tem lá suas discussões. Aqui no Chimarreiro gosto de dizer que há uma regra pouco conhecida ainda: O que dita a montagem do mate é a moagem!. Isso pelo fato de podermos controlar na produção o quanto a erva será fina ou grossa.

Vamos aprender 4 maneiras de preparar o chimarrão.

O Tradicional

É o método mais popular e conhecido, onde meiamos a erva na cuia, ou seja, dividimos a erva na cuia ocupando metade do espaço. Particularmente somente faço o Tradicional quando a erva é muito fina e com poucos talos (paus), pois essa montagem gasta muita erva, entope muito a bomba e não extrai o sabor como eu gosto. De qualquer maneira, você precisa saber fazer essa montagem para tomar o chimarrão com ervas mais finas.

Faça os seguintes passos:

1 - Coloque erva até o pescoço da cuia;
2 - Vire a cuia 180º;
3 - Com um cevador/vira mate (também pode fazer com a mão se estiver limpa) ceve a erva na cuia;
4 - Agite um pouco a erva na cuia para untar as paredes da cuia, vai deixar o chimarrão mais gosto;
5 - Com a cuia inclinada 90º coloque a água até o bocal;
6 - Coloque a bomba até chegar no fundo da cuia e beba.

 Vídeo COMO PREPARA UM CHIMARRÃO #1: CHIMARRÃO TRADICIONAL 

O de 11 Segundos

Também conhecido como chimarrão de preguiçoso ou de pobre, usa menos erva que o Tradicional e consegue extrair melhor o sabor da erva mate. É mais simples e prático de ser preparado, e você vai perceber que aproveita melhor a erva. Essa é a montagem cotidiana que O Chimarreiro ensina.

Faça os seguintes passos:

1 - Coloque uma quantidade rala de erva no fundo da cuia;
2 - Coloque água até passar um pouco o pescoço da cuia;
3 - Preencha o topo com chimarrão até cobrir tudo e na quantidade de erva que pretende tomar, a água vai segurar a erva.
4 - Com a própria bomba, empurre a erva no canto do bocal da cuia para formar um buraco;
5 - Coloque mais um pouco de água no buraco feito;
6 - Coloque a bomba devagar no buraco até chegar no fundo da cuia e beba.

 Vídeo COMO PREPARAR UM CHIMARRÃO #2: CHIMARRÃO DE 11 SEGUNDOS 

Conforme a prática você vai demorar 11 segundos para preparar o chimarrão.
A principal diferença entre as duas montagens é no método de consumo. No Tradicional você vai molhando a parede de erva e sentindo o sabor da erva aos poucos; já no de 11 Segundos você toma de baixo para cima e o calor da água sempre esquenta a erva realçando o sabor.

Chimarrão com Chás

O chimarrão é ótimo para se tomar com outras ervas e folhas de chás, e você pode tomar qual chá quiser.

Para misturar o chá você pode fazer das seguintes maneiras:

Tradicional
1 - Pegue as folhas ou ervas do chá do teu gosto (caso seja o chá do sachê, rasgue o saco e retire o chá);
2 - Coloque o chá no fundo da cuia;
3 - Coloque erva até o pescoço da cuia;
4 - Vire a cuia 180º;
5 - Com um cevador/vira mate (também pode fazer com a mão se estiver limpa) ceve a erva na cuia;
6 - Agite um pouco a erva na cuia para untar as paredes da cuia, vai deixar o chimarrão mais gosto;
7 - Com a cuia inclinada 90º coloque a água até o bocal;
8 - Coloque a bomba até chegar no fundo da cuia e beba.

  (Filtro de bomba, foto original Bertonaggio Inox Chás variados, foto original O Chimarreiro)

11 Segundos

1 - Pegue as folhas ou ervas do chá do teu gosto (caso seja o chá do sachê, rasgue o saco e retire o chá);
2 - Coloque o chá no fundo da cuia;
3 - Coloque uma quantidade rala no fundo da cuia;
4 - Coloque água até passar um pouco o pescoço da cuia;
5 - Preencha o topo com chimarrão até cobrir tudo e na quantidade de erva que pretende tomar, a água vai segurar a erva.
6 - Com a própria bomba, empurre a erva no canto do bocal da cuia para formar um buraco;
5 - Coloque mais um pouco de água no buraco feito;
8 - Coloque a bomba devagar no buraco até chegar no fundo da cuia e beba.

Chá na Térmica

Aqui você prepara o chá, que gosta, na térmica em que está a água quente. Fazendo isso você toma o chimarrão com chá, diferente de colocar o chá no chimarrão e ter um mate composto

Fica em aberto o sabor do chá, mas não cometa o erro de colocar o chá por cima do chimarrão feito. Muitas pessoas gostam de deixar a erva de chá sobre o chimarrão e ir jogando na cuia conforme for tomando, fato que acaba sendo impróprio para o real aproveitamento do chá e menos higiênico por ficar tocando na erva.

Ervas Grossas e de Pura Folha

Nem todo índio tinha o hábito de pilar bem a erva, alguns nem pilavam, isso fazia com que a erva ficasse bem grossa com folhas pouco quebradas e muitos talos. Algumas marcas gostam de deixar a moagem neste ponto, comumente são as ervas chamadas Pura Folha. Para aproveitar bem o sabor e paladar dessa moagem, a montagem é igual à do Tereré.

Faça seguintes passos:

1 - Pegue a cuia e a bomba;
2 - Coloque erva mate de chimarrão mais grossa ou de pura folha até a metade da cuia;
3 - Coloque a água quente até chegar no bocal da cuia;
4 - Coloque a bomba até chegar no fundo da cuia e beba.

Essa é a maneira que mais próxima de um indígena de tomar mate.

Algumas dúvidas comuns aos leigos.

- Como sei que acabou o chimarrão?

Você vai se servir até a erva lavar, ou seja, até perder o gosto.

- Posso guardar o chimarrão feito para tomar no dia seguinte?

Não! NUNCA guarde a erva usada para tomar no dia seguinte ou muito mais tarde no mesmo dia. Uma vez que você não quiser mais jogue fora e lave a cuia/recipiente logo em seguida.

- Qual a temperatura da água?

Sempre no máximo 70º. Inclusive nada pode entrar no teu corpo acima dessa temperatura.

- E como sei que a temperatura está no ponto?

Assim que borbulhar na parte de baixo indica que está entre 65º e 75º. Se ficar com dúvida, faça o teste do dedo, coloca o dedo na água e se queimar quer dizer que está muito quente.

E finalizamos a parte dos primeiros passos que você precisa saber para o consumir a erva mate. Vamos aos toques finais!

 Vídeo O Chimarrão, como fazer. 

https://www.youtube.com/watch?v=290s3naONVo&t=6s

 


 

9. Os Benefícios, mais saudável que imagina.

Uma dúvida que circula muito por aí é: Mas a erva mate é boa para que afinal?.

E tenho os seguintes comentários a fazer:

1) É um alimento verde, fato que ajuda a queimar gorduras do corpo e limpar o organismo.
2) É muito digestivo, essa é a força motriz da erva mate, pois é um alimento altamente digestivo e acelerador do metabolismo.
3) É muito diurético, e quanto mais velha e amarga for a erva, mais diurético será.
4) Ajuda a queimar gorduras localizadas do corpo.
5) O tereré é um ótimo isotônico natural, fresca e repõem nutrientes quando tomado com sucos naturais.
6) O chimarrão é um excelente termogênico, acelerando muito o metabolismo e dando disposição.
7) Diferente do tereré, o chimarrão infusão com água quente extrai muito mais o sabor, benefícios, aromas e qualidades.
8) Erva mate não vicia, porém o seu corpo acaba criando um vínculo de necessidade diária por ajudar no sistema digestivo e por facilitar os processos internos corporais.
9) Tem cafeína, mas não é a mesma coisa que o café e na verdade está longe de ser, ainda existem estudos sendo feitos com a erva mate para concluir o grau de cafeína nela contidos. Detalhe que erva mate sem cafeína é puro marketing.
10) Chimarrão te deixa feliz! Sim é verdade, há componentes químicos que são ativados com o calor fazendo o corpo ficar menos estressado e mais concentrado.
 

Uma recomendação médica: tome erva mate depois do almoço até antes do jantar.
Por ser digestivo, o ideal é ficar tomando após refeições pesadas até antes da última refeição do dia. Se tomar antes de dormir teu corpo vai pedir por comida e você perde o sono, e se tomar de estômago vazio pode ter problemas gástricos.

 

(O mate no dia a dia, foto original O Chimarreiro)  

Algumas orientações do Chimarreiro:
- gengibre é um baita amigo da erva mate, principalmente para quem gosta de fazer exercícios;
- chimarrão ajuda na cura da ressaca;
- tome chimarrão com chás SIM, não é frescura e ajuda a prevenir outras doenças;
- erva mate combina com comidas doces, por ser de paladar amargo o contraponto é o paladar doce, na proporção certa tomar chimarrão comendo um bolo é ótimo;
- se você tomou tereré ou chimarrão e achou amargo por demais ligue o sinal de alerta, pois está consumindo muito açúcar;
- e repetindo: NUNCA não ferva a água.

 


 

10. Os cuidados, como preservar cada item.

 

Cuidar de cada item do seu dia a dia de chimarreiro é muito importante, tanto para o seu próprio bem estar quanto para vida útil de cada item. Vamos aos cuidados necessários.

Cuias:

- terminou de tomar o mate, jogue a erva fora;
- raspe de leve a cuia usando uma colher, não use a bomba para tirar o excesso que fica;
- lave sempre cuias e outros objetos orgânicos SOMENTE com água, jamais coloque sabão ou detergente;
- lavou a cuia deixe de cabeça para baixo para secar, caso a cuia tenha um bocal de metal deixe inclinada 90º;
- de tempos em tempos, deixe as cuias no sol por 30 minutos;
- se morar em regiões de maresia, depois que a cuia secar polvilhe com erva mate, assim a erva protege a cuia do sal;
- caso deixe a cuia usada parada por muitas semanas e queira usar novamente, basta jogar água morna para lavar.

  (Cuia tradicional, foto original O Chimarreiro)

Bombas:

  • assim como as cuias, lave sempre somente com água;
  • não passe esponja ou esfoliantes na bomba;
  • se sua bomba for de rosca, limpe uma vez por semana de uso;
  • depois de lavar, procure deixar de cabeça para baixo para secar melhor;
  • o filtro é autolimpante, não há necessidade de trocar constantemente, pode esperar rascar para fazer o troca;
  • de tempos em tempos, coloque sua bomba de molho em água fervendo por cerca de 20 minutos isso fará a limpeza profunda que evita entupimento.

Erva Mate

  • erva mate deve ser guardada no congelador, caso não haja espaço pode ser na parte mais gelada da geladeira;
  • comprou a erva, coloque direto no congelador, não precisa esperar abrir e pode ser na própria embalagem;
  • essa regra é tanto para o tereré quanto para o chimarrão;
  • não deixe a erva molhar, pois pode criar bolor no pó;
  • lembre-se que erva mate não estraga, quando conservada corretamente;
  • erva mate envelhece naturalmente, ficando mais amarga e encorpada, se deixar em local com calor esse processo de envelhecimento acontece de maneira errada.

Acessórios, indo além do básico.

Existem alguns itens que usamos para ajudar a tomar o nosso mate diário, vou explicar aqui sobre os principais. São eles:

  • Térmica

Sem água, sem mate. Dizem que o marco da tecnologia para o gaúcho foi a criação das garrafas térmicas! São vários modelos e tipos, o gosto é por tua conta. Existe um segredo para que o mate fique mais gosto: usar uma térmica de pressão. Esses modelos jogam a água com força, fazendo com o mate borbulhe e fique mais saboroso.

  • Mateira

A mateira é um tipo de bolsa, serve para carregar seu kit de mateiro, levando cuia, bomba, porta erva e garrafa. O modelo clássico é feito com couro, mas hoje temos uma ampla gama de opções, materiais, formas e tamanhos.

  • Vira Mate

Também conhecido como cevador, é um disco feito para virar a cuia e assim poder fazer o chimarrão Tradicional. São feitos de variados tipos de materiais, cores e desenhos.

  • Tapa Cuia

É um acessório projetado para colocar no bocal da cuia, evitando que a erva voe ou balance. Muito prático se for tomar um chimarrão na praia, carro ou em locais com vento.

  • Porta Erva

Como o próprio nome já diz, é um recipiente para guardar a tua erva mate e poder levar onde quiser. É interessante ter um para poder conservar o sabor de erva mate em só local.

  • Aquecedor ou Rabo Quente

Aparelho elétrico usado para colocar dentro da garrafa térmica e assim poder esquentar água. Os mais modernos já vêm com programação de temperatura e termômetro.

 Vídeo Benefícios, Cuidados e Acessórios 

https://www.youtube.com/watch?v=gTSCZ-Z_YNo&t=150s

E é isso aí, agora é só escolher o que quiser para montar o teu kit de Chimarreiro, abraçar esse hábito e tradição cultural do sul e seguir feliz mateando mundo afora.

Tudo o que foi escrito aqui vem de várias fontes de pesquisas, sendo um conteúdo não conclusivo por ainda ser um mercado com muito a se descobrir. O que você precisa saber é que a erva mate já te ama e quer ser amada de volta, e vamos juntos encher o mundo de Chimarreiros.

(Foto original O Chimarreiro )  

Até a próxima! Abraços....

Bruno, O Chimarreiro

 

')}"complete"===document.readyState||"loading"!==document.readyState&&!document.documentElement.doScroll?executeAfterLoad():document.addEventListener("DOMContentLoaded",executeAfterLoad);